sexta-feira, 11 de abril de 2014

JOGO DO ANO: Os sete pecados que podem custar o rebaixamento

Desempenho dentro de campo ficou muito abaixo do esperado pela diretoria e comissão técnica (Foto: Saulo Marino)
Escrito por Saulo Marino

Em crise, afundado na zona do rebaixamento com 18 pontos, dois a menos que a Francana, 16º colocado e primeiro time fora do grupo que hoje cairia para a Segunda Divisão, o São Carlos que agoniza em campo reflete uma série de erros de planejamento. São pelo menos sete pecados capitais que explicam o fato da Águia - que derrubou times como Palmeiras e Coritiba na Copa São Paulo de Futebol Júnior - ocupar a zona da degola no profissional, preocupadíssimo com o risco de uma nova queda, desta vez para a quarta divisão do Campeonato Paulista.
A equipe do Futebol de São Carlos conversou com os torcedores e selecionou os sete erros do São Carlos FC na Série A3. Afinal, quando o juiz apitar o fim de jogo neste domingo (13), será necessário entender o que foi feito de errado:

1) Manter a base do elenco do ano passado – A temporada 2013 foi desastrosa para o São Carlos. Rebaixado na Série A2, eliminado na primeira fase da Copa Paulista. Mesmo assim, 80% do elenco foi mantido para a Serie A3 de 2014. Quem achou que, com os mesmos jogadores que passaram vergonha num campeonato inexpressivo como a Copa Paulista, seria diferente um ano depois? Vale destacar que o time jogou quatro amistosos na pré-temporada e perdeu três; mesmo assim a diretoria garantiu um time brigando pelo acesso.

2) Fechar os olhos para o elenco do Paulistinha – Muitas equipes da Série B, a quarta divisão paulista, montam seus elencos com jogadores que disputam a Série A3. Foi assim com o Paulistinha em 2013: a equipe, com apenas 15 jogadores profissionais, ficou em sexto lugar entre 45 participantes, sendo que quatro conseguiram o acesso. Apesar do futebol vistoso, e dos jogos acontecerem no Luisão, apenas o volante Renan Balbi foi aproveitado pelo São Carlos, para ficar na reserva, e o restante dos jogadores do CAP migraram para outros times do país, e alguns deles inclusive chegaram a jogar a Primeira Divisão do Campeonato Mineiro. Ou seja, no São Carlos foi mantida a base perdedora de 2013, sendo que existiu outro time na cidade com um elenco que, apesar de não ter conseguido o acesso, foi tido como vencedor.

3) Esquecer da categoria de base – Enquanto o São Carlos brilhava na Copa São Paulo de Futebol Júnior, para jogadores até 20 anos de idade, o elenco profissional da Águia fazia a pré-temporada na cidade de Vargem. Roberto Oliveira, técnico na época, chegou a admitir que a pré-temporada era fundamental “para o entrosamento da equipe tanto dentro como fora de campo”. E nenhum garoto viajou com a equipe. Eles só tiveram oportunidades na A3 quando Roberto Oliveira foi demitido.

4) Soberba no início do campeonato – O discurso dos dirigentes da Águia antes de começar a Série A3 encheram o torcedor de esperança, o acesso parecia inevitável. O experiente volante Jody Guerreiro chegou a ser demitido antes mesmo de entrar em campo, porque foi acusado de estar desmotivado. E o então técnico Roberto Oliveira afirmou que o time iria subir. “Nosso elenco é qualificado e não tenho dúvidas que iremos brigar de igual pra igual com todos os nossos adversários. Levaremos o São Carlos de volta para a Série A2”, disse o treinador na época. Porém, a falta de resultados colocou em rota de colisão diretoria e torcida, e o técnico caiu na terceira rodada. A título de curiosidade, Jordy Guerreiro atualmente é titular do Independente de Limeira, time que está no G8 e entra na última rodada como forte candidato a classificação para a segunda fase.

5) Indefinição sobre o Rodrigo Santana – Roberto Oliveira foi técnico do São Carlos durante 8 meses. Além de treinar a equipe durante toda a Copa Paulista de 2013, o técnico comandou a pré-temporada, e conquistou dois pontos em três jogos na Série A3 de 2014: no total foram três vitórias, cinco empates e sete derrotas. Para seu lugar, Rodrigo Santana assumiu interinamente, já que estava prestigiado por ter brilhado com o time Sub-20. Porém, a equipe chega na última rodada com o técnico tendo o status de interino, uma vez que a diretoria não se decidiu sobre efetiva-lo ou não. Não restam dúvidas que a incerteza quanto ao comandante influenciou negativamente os jogadores dentro de campo.

6) Levar gols no final da segunda etapa – O goleiro Fillipi e o zagueiro Everson, um dos poucos jogadores que fizeram bons jogos pelo São Carlos em 2013, se machucaram no início da Série A3 e não se recuperaram a tempo de entrar em campo novamente. Coincidentemente, a equipe sofreu diversos gols no final da segunda etapa. Seria uma pré-temporada mal realizada, ou um preparador físico que não deu conta do recado?

7) Falta de divulgação dos jogos – Nem parece a mesma cidade. Na Copa São Paulo de Futebol Júnior o Luisão bateu recordes de público, na Série A3 não teve quase ninguém no estádio. O Paulistinha sofreu com o mesmo problema na temporada 2013. Para a grande maioria dos torcedores a questão é que os jogos não são tão divulgados, como o Botafogo de Ribeirão Preto, por exemplo, que promove carreatas para divulgar as partidas mais importantes, como o início das competições. Muitas pessoas que moram no entorno do Luisão nem sabem que as equipes da cidade estão em campo, e reclamam da falta de divulgação por parte do clube, como a circulação do popular carro de som. Sem torcida fica difícil.


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