Reunião foi fechada apenas para dirigentes dos grandes clubes e o presidente da CBF, José Maria Marín (Foto: Rafael
Ribeiro/CBF)
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Escrito por Saulo Marino
Na tentativa de diminuir a
pressão que Bom Senso FC exerce sobre a reformulação de todo o calendário
futebolístico brasileiro, a alta cúpula da CBF anunciou na última terça-feira (10),
através de um comunicado, que a partir de 2015 os jogadores das equipes do país
disputarão no máximo sete partidas por mês, com exceção daqueles que
participarem de fases avançadas da Copa do Brasil e da Taça Libertadores. A decisão,
no entanto, não muda em nada a situação dos clubes pequenos do Brasil, que
ficam inativos quando competições organizadas pelas federações estaduais chegam
ao fim, como é o caso de Clube Atlético Paulistinha e São Carlos FC.
A reunião contou com representantes
de Coritiba, Vitória, Flamengo, Corinthians, Goiás e Portuguesa. Na
oportunidade a CBF também confirmou que os campeonatos estaduais terão quatro
datas a menos já a partir do ano que vem. O presidente da entidade, José Maria
Marín, ressaltou que a partir de 2015 todos os jogadores terão direito a 30 dias
de férias e a não disputar partidas durante o mês de janeiro, também com
exceção da Libertadores. O dirigente ainda destacou que as medidas já estavam
definidas antes mesmo de a entidade receber as reivindicações do movimento Bom
Senso FC. “O calendário de 2015 já estava aprovado quando um grupo de jogadores
manifestou interesse em conversar com a CBF e clubes a respeito de
reivindicações diversas. Este calendário atende todos os pleitos apresentados que
dependem de decisões da CBF”, garantiu.
A questão dos pequenos clubes sequer foi citada. Para o leitor entender como a situação é complexa, o próprio
Paulistinha serve como exemplo: o Tio Patinhas disputou o segundo maior torneio
de clubes profissionais do país, e, por méritos, chegou até a reta final, entrando
em campo 28 partidas em quase oito meses. Entretanto, nos outros quatro meses
do ano, o clube teve suas atividades profissionais suspensas, já que não teve
outro torneio para disputar. Ou seja, disputou apenas 28 partidas oficiais em
2013.
O resultado é óbvio: a torcida não
cria o hábito de frequentar o estádio, uma das maiores fontes de renda dos
clubes pequenos, e investidores ficam receosos em apoiar um projeto de alto
risco. Ainda utilizando o CAP como exemplo, se a equipe tivesse sido eliminada na
primeira fase do torneio poderia ter disputado apenas 10 partidas no ano - caso
de clubes como Osvaldo Cruz e Presidente Prudente, entre outros do estado de São
Paulo que foram eliminados na primeira fase do Campeonato Paulista da Segunda
Divisão.
Até a publicação dessa reportagem
o movimento Bom Senso FC, que pretende incorporar no cronograma dos clubes de pequeno e médio porte competições organizadas pela CBF, como o Campeonato Brasileiro e a Copa
do Brasil, não se pronunciou de maneira oficial sobre a decisão da entidade máxima do futebol brasileiro, que privilegia apenas os grandes clubes do país.
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