quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

CALENDÁRIO: CBF ‘esquece dos pequenos’ e anuncia limite de sete partidas por mês

Reunião foi fechada apenas para dirigentes dos grandes clubes e o presidente da CBF, José Maria Marín (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
Escrito por Saulo Marino

Na tentativa de diminuir a pressão que Bom Senso FC exerce sobre a reformulação de todo o calendário futebolístico brasileiro, a alta cúpula da CBF anunciou na última terça-feira (10), através de um comunicado, que a partir de 2015 os jogadores das equipes do país disputarão no máximo sete partidas por mês, com exceção daqueles que participarem de fases avançadas da Copa do Brasil e da Taça Libertadores. A decisão, no entanto, não muda em nada a situação dos clubes pequenos do Brasil, que ficam inativos quando competições organizadas pelas federações estaduais chegam ao fim, como é o caso de Clube Atlético Paulistinha e São Carlos FC.
A reunião contou com representantes de Coritiba, Vitória, Flamengo, Corinthians, Goiás e Portuguesa. Na oportunidade a CBF também confirmou que os campeonatos estaduais terão quatro datas a menos já a partir do ano que vem. O presidente da entidade, José Maria Marín, ressaltou que a partir de 2015 todos os jogadores terão direito a 30 dias de férias e a não disputar partidas durante o mês de janeiro, também com exceção da Libertadores. O dirigente ainda destacou que as medidas já estavam definidas antes mesmo de a entidade receber as reivindicações do movimento Bom Senso FC. “O calendário de 2015 já estava aprovado quando um grupo de jogadores manifestou interesse em conversar com a CBF e clubes a respeito de reivindicações diversas. Este calendário atende todos os pleitos apresentados que dependem de decisões da CBF”, garantiu.
A questão dos pequenos clubes sequer foi citada. Para o leitor entender como a situação é complexa, o próprio Paulistinha serve como exemplo: o Tio Patinhas disputou o segundo maior torneio de clubes profissionais do país, e, por méritos, chegou até a reta final, entrando em campo 28 partidas em quase oito meses. Entretanto, nos outros quatro meses do ano, o clube teve suas atividades profissionais suspensas, já que não teve outro torneio para disputar. Ou seja, disputou apenas 28 partidas oficiais em 2013.
O resultado é óbvio: a torcida não cria o hábito de frequentar o estádio, uma das maiores fontes de renda dos clubes pequenos, e investidores ficam receosos em apoiar um projeto de alto risco. Ainda utilizando o CAP como exemplo, se a equipe tivesse sido eliminada na primeira fase do torneio poderia ter disputado apenas 10 partidas no ano - caso de clubes como Osvaldo Cruz e Presidente Prudente, entre outros do estado de São Paulo que foram eliminados na primeira fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão.
Até a publicação dessa reportagem o movimento Bom Senso FC, que pretende incorporar no cronograma dos clubes de pequeno e médio porte competições organizadas pela CBF, como o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, não se pronunciou de maneira oficial sobre a decisão da entidade máxima do futebol brasileiro, que privilegia apenas os grandes clubes do país.


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